Pela não banalização da saudade (ou a saudade por mim mesmo)

Andei reparando o quanto a saudade está banalizada.

orkut, msn, sms, my space, fotolog… em todos os artifícios tecnológicos que tentam prover amizades não consistentes e porque não 'apenas virtuais', a danada da saudade está lá.

a minha vida anda cheia de saudade.

saudade mesmo, e não aquela que a gente coloca pros 'amigos de orkut'.

Saudade com todas as letras e de todas as formas.

Saudade de alguns amigos, outros não, pois os tenho sempre mas que se forem um pouco mais longe já vou ficar também.

Saudade da minha mãe, que também morre de saudade de mim, tenho certeza.

Saudade da minha terra, que apesar de nunca ter tido saudade, acho que estou doente por estar com saudde dela, será?

Saudade de Kaká, que ta nos Estados Unidos, e de Bia que ta na Espanha, de Paula que ta no Japão.

Saudade de quando passava um final-de-semana feliz em Vitória, com boas companhias.

Saudade de quando passava o final-de-semana com essas companhias viajando, ou até não.

Saudade da pracinha do quartel do Derby. Saudade do Natal que já está chegando. Saudade do Ano Novo. Saudade até da filada de rango na tenda dos hare-krishnas na Avenida Boa Viagem no Reveillon.

Saudade do Rio de Janeiro. Saudade de Mossoró, oh! Saudade de torta-alemã, de sorvete de chocolate, de São Paulo e de sua pinacoteca. Saudade, saudade...

Pra mim, a definição mais triste de saudade é – óbvio – de Chico:

(...) Saudade é arrumar o quarto de um filho que já morreu.

E com Vinícius, eu termino essas meias-palavras:

Chega de saudade
Que é pra acabar com esse negócio de ...
Não quero mais esse negócio...